Passa da hora em que a obra informal da tua palavra
precisa de um mínimo contorno, nem carece ficar pronta
Porque estamos em guerra
e a poesia é a porta de emergência
Onde se concentram a cirurgia e outros procedimentos
Que precisam do verso para enxugar o suor que manipula o
bisturi
E haja sonoridade, e portanto clareza
para fluir o sangue nos dutos certos
E não apenas o verso
mas a estrofe que gruda na memória
quando o paciente apaga
Para que possa se acordar com a cura pousando na janela
Enquanto os anjos recitam o poema inteiro
E repercuta nos gestos como um molejo
Que exercita as articulações do resgatado e doloroso
movimento
Passa da hora porque urge a fila dos ferimentos
E o que compões em silêncio em meio ao alarido
pode fazer a diferença
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