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24 de julho de 2018

EXCESSIVA LUZ

Nei Duclós


Voaste de mim, como o dia que se cobre
De um cobertor de estrelas e sereno
Como a lua posta no sossego
Que mistura palidez com nuvem clara

Somes a olho nu, talvez por força
Da excessiva luz que em mim explodes
Fico eu sem ver enquanto a vida
Continua ao teu redor, nua no cosmo

Sou o arqueólogo da tua comitiva
Colho resíduos de uma longa história
Não enxergo o comboio de beduínos
Onde reinas, ocupando em plena glória
O trono que o comando dos exércitos
cedeu como prêmio da conquista

Tomaste conta do tempo imaginado
Por mim, trovador hoje mendigo
a cantar a memória
de uma saga



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