Passou o tempo e eu fiz tudo errado
Não era esse trampo que deveria ser pago
Não era para pegar tudo no tranco
Num rompante brutal desgovernado
Deveria fluir, não na vida mansa
Mas sem os contratempos inúteis do drama
Que eu inventei em papéis estranhos
Hoje estou na margem de um rio remoto
Não o da infância, que não tem tamanho
Mas de uma água que cabe num copo
Tenho sede, como um condenado
Escrevo para caramba por dever de ofício
No barro e no vento é onde publico
O lenço que perdeste num arame da cerca
Ao fugir de mim no pampa sem limite
Talvez seja um poema, meu último maleficio
O que te faz cativa, flor que não cultivo
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