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29 de abril de 2018

VER NO ESCURO

Nei Duclós


Cada vez enxergo menos, ou melhor, mais confuso, com silhuetas preenchendo o que não vejo direito, com o olho formando cenas que escapam ao cotidiano.

São mundos paralelos que a falta de visão inventa e acabam existindo ali mesmo, se desdobrando em infinitos espelhos.

Num desses perfis de riscos e brilhos existo ainda eu, que alguém tateia para adivinhar a que nos reduzimos nesta progressão no escuro.



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