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11 de abril de 2018

DESPERTOS


Nei Duclós

É bizarro o perfil do velho louco
Pudera, vejam o que aprontam
com seus hábitos, plenos de deboche

Ninguém está livre de chorar na chuva
Nem de ler no escuro ou observar corujas

Tudo sumirá na voragem do crepúsculo
A insanidade é própria do que vive

A idade é a mistura sem princípios
Os cães conversam, as pedras ouvem
E as nuvens inventam as tardes tontas
Em que amamos sem nos dar conta

Estamos despertos porque o tempo existe


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