Nei Duclós
Estive em Paris, a teu convite
disse o viajante de praias distantes
Que não tem tempo de visitar o mundo
que a cultura erigiu, no drible do tempo
Comércio de grãos, negócios tratantes
Em portos sem mar, à beira de monstros
Conversas de bar, de rum e armamentos
Nenhuma pintura, um nu sem violência
Mas levo a moldura que vi num relance
Em rua do Oriente que um cego vendia
Talvez ela sirva como um presente
do bruto sem nome, que se refugia
no corpo que aguarda e me civiliza
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