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9 de novembro de 2017

AMANHEÇO



Nei Duclós

Amanheço por contingência
Não porque o sol, sóbrio novembro
Por trás das nuvens deu as caras
Mas porque eu, ente noturno
Gastei a força das amarras

Escuto as aves e os insetos
Que das sombras saem com suas asas
Levanto a mão, dou o comando
Para que o dia não se cale

Seria a cena ainda noite
Não fosse a flor que se declara
No coração outrora oculto
E hoje claro copo d'água

Imito a terra, densa mata
No uso das mesmas palavras
Mais vale a luz, olho na fresta
A despertar antes da treva

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