Nei Duclós
Éramos pobres naquele tempo
Vivíamos das sobras da natureza
Usavas um lenço na cabeça
Nas tardes nobres da colheita
E teu vestido era de rendas
Em noites claras de fogueiras
Não havia vergonha da pureza
Nem nos escondíamos nos espelhos
Molhavamos os pés cheios de orvalho
Tinhas um ar de cachoeira
Mas veio de longe a impostura
E fomos expulsos pelo arame
Viramos pó dos edifícios
Vestimos o sal que cobre as ruas
Hoje nos resta a lembrança
E a solidão do teu perfume
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