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18 de maio de 2017

ÍNTIMO DO SONHO



Nei Duclós

Mantive o rumo depois de perder tudo
Havia bússola feita de agulha e imã
E um barco a remo de borracha e lona

Bebi o sangue misturado das estrelas
em noite alta, vigília da lua cheia
E devorei as algas geradas pelo abismo

Mendigo do vento depois
que faltou forças
Cheguei na maré que carregava deuses
Vi Netuno chamar Zeus para o combate

Estive a ponto de surrar o templo
De mercadores com olhar de vidro

Nasci convicto de que serei presente
quando bater o sino, íntimo do sonho

Sou passageiro de ancestral comboio
Navego para descobrir um continente


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