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8 de abril de 2017

IMPERFEITO



Nei Duclós

O poema imperfeito não pode abusar na sus angústia de ser cool a qualquer preço.

Precisa no mínimo de um arranque, um verso sem retoques, a tinta invisivel que risca com estilete o outro lado da parede do quarto de um hotel barato.

Algo zipado que transcenda e não aborreça a leitura com transgressões forjadas

Porque um poema é como o assobio de um pássaro feio, há algo que sai dele sem assustar a natureza bem comportada dos ouvidos

O poema imperfeito atrai pela melodia imprecisa criada nos intervalos do seu trabalho de escravo.

Que vibre o mantra pesado mas tenha pés de barro, esse soneto pela metade, esse hino antigo dos tempos do colégio.

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