Nei Duclós
O tempo sobrecarrega
amarra na gambiarra
pernas perdem compasso
o gesto então se atrapalha
Do sonho nada nos resta
o gelo fino se quebra
calor abandona a brasa
maná tirado da pedra
Alguns enfrentam a fera
no dia montado em peças
pulso no rumo sereno
coragem presa no
verso
Eu me contento com a arte
de viver só de palavra
navego no mar sem âncora
em navio que não se entrega
Componho canções avulsas
maduras de tão diversas
vozes da ruptura
vontade que arranha a terra
RETORNO - Imagem desta edição: obra de De Chirico.
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