Nei Duclós
Bate nas pedras a esperança
feito onda teimosa na borrasca
É quando o mar, a indiferença,
estende garras na areia
querendo recuperar
o que lhe roubaram de terra
Para isso usa chuva e vento
e cerca a praia de pânico
invade como ressaca os bancos
onde namoram os amantes
Impacto de quem ficou de fora
de qualquer agenda
Será que consegue, ao transgredir,
bonança? Vão atendê-lo, mesmo
sabendo que seu poder é nulo
quando parte do seu elemento
para a solidez do solo de raízes tensas
Poderá abraçar pessoas e plantas?
Por um tempo ele invade e cria
comprometimento, mas reflui
Sua água sempre volta para o fundo
A não ser que uma explosão de dor
o revolva e em tsunami ele faça
como nós: do sonho um desastre
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Winslow Homer.
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