Nei Duclós
O que fazer com a limitação?
Muro mais alto do que o pulo
canal oculto em diagonal
do dente que inflama
sem aparente motivo?
A falha intelectual do estudo
análise sem base, perspectiva
em design duro, metálico som
fora do concerto de violino?
A medíocre serenidade muda?
Tentar tapeá-la com expedientes
frios, dourar a pílula do jugo?
Confiscar a vergonha de ser vil
ou encará-la como algo humano
álibi perfeito de quem compactua
O que fazer com a solidão
de não participar da aventura
ficar aquém das promessas
e rondar a vida como um lobo
faminto a fuçar restos de lixo?
Concentro-me na chance
de dar a volta por cima. Aposto
no que enxergo apesar de tudo
É única essa linha que inauguro
cânone de mendigo, carne crua
RETORNO - Imagem desta edição: obra de Carlos Reis
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