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1 de junho de 2016

LAVOURA



Nei Duclós

Não sou profundo nem raso
sou pouco caso, verbo espúrio
pelos anjos soprado, que levam
a culpa pela escolha. Tivessem
outro alvo haveria jogo e não o joio
de uma lavoura abandonada
no momento da semeadura

O que medra nela vem da chuva
lágrimas de um mero acaso
trigo de alimentos futuros
ainda não catalogados
Ando de barco recolhendo tudo
peixes saltam do barro
são os poemas salvos por indulto


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Coleman. 


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