Nei Duclós
As virtudes revolucionárias definem a nova aristocracia, que
torce o nariz para as decisões e os perfis do Terceiro Estado, o Congresso.
Robespierre implanta o terror ideológico fundado numa fraude, a porção
minoritária do voto encurralado pela abstenção e pela oposição, num pleito
cacifado pela propina.
Há um frisson com engulhos diante da diversidade da nação
exposta na representação de palanque, que se faz instrumento de uma vontade
coletiva expressa nas ruas e que levou tudo a reboque, inclusive a mídia
acusada de ser sua inspiradora.
A nobreza inventada pela posse ilícita dos recursos públicos
acredita, como Robespierre, que o país não precisa de mais juízes, mas de mais
guilhotinas. Não há inocentes na queda de braço dos Estados Gerais. Tudo pode
servir à pose de quem se acha detentor de um patrimônio comum, o povo, e
demiurgo de uma religião, o poder.
Ondes estás, Tocqueville? Precisamos de tuas luzes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário