Nei Duclós
Uma equipe pesada de atores fazem de A Condenação (2010) do
diretor Tony Goldwyn e da roteirista Pamela Gray, ambos quadros fixos da TV, um
trabalho denso e brilhante. Hillary Swank é o que já sabemos: a atriz que
venceu o Oscar com A Garota de Ouro, de Clint Eastwood e Garotos não choram de
Kimberley Pierce, domina a cena onde aparece.
Destaco apenas um detalhe deste bom filme na interpretação
de Hillary: ela chega à frente de advogados para reverter o depoimento de uma
testemunha que tinha sido decisiva na condenação do seu irmão. Seu olhar toma
conta do drama. É uma determinação misturada à personalidade que no momento
encarna a Justiça pronta para dobrar a lei. Tudo nela converge para uma
performance perfeita, do choro ao riso, do desespero à resignação, com uma
perseverança vencedora a longo prazo e que nos arrebata pela vocação e o
exercício compulsivo do ofício.
Sam Rockweel está um pouco parecido com Gary Oldman jovem,
não apenas na aparência, mas na postura, aquela indiferença em contraponto ao
charme, a brutalidade antecedida pela fala minimalista. Ele interpreta o irmão
da advogada que o tira de uma condenação por assassinato graças ao teste de
DNA.
Outro destaque é Juliette Lewis, totalmente detonada fazendo
o papel da mulher que traiu o amante e vinte anos depois se arrepende. Juliette
contracenando com Hyllary é um momento antológico do cinema contemporâneo.
Minnie Driver interpretando a simpática amiga e colega da
advogada e Melissa Leo no papel da policial vilã completam o quadro de
intérpretes deste boom lançamento do Netflix.
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