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24 de setembro de 2015

O DEBOCHE DA PAN GERMANIA



Nei Duclós



Alemães debocham do Brasil num painel em Frankfurt. Nos representam como traficantes violentos corruptos que levam de 7 a 1.

Deveríamos pedir esmolas para os alemães. Vamos estender um capacete nazista para que eles coloquem lá alguns euros da especulação.

Em retribuição, vamos depositar em Berlim os resíduos da bosta do programa nuclear que eles acertaram com a ditadura brasileira.

Quem sabe vamos representar a Alemanha de bigodinho de Hitler e com as fotos das vítímas do Holocausto?

Quando o governo corrupto brasileiro subornou a opinião publica internacional posando de extintores da miséria escancarando as pernas para a indústria especulativa, que abriu um rombo de gerações em nossas finanças, todos celebravam, inclusive os alemães.

Éramos os fenômenos que tinham erradicado a miséria e merecíamos o Nobel da Paz.

Agora que tudo foi desmascarado e se descobre que a ascensão da miséria à classe média foi um truque político de marketing para os chacais se perpetuarem no poder, são os primeiros a posar de vestais.

Eles devem nos identificar com as massas indignadas que vão às ruas contra a corrupção e a violência e não colocar o perfil da nação no rosto dos criminosos.

O pior é notar brasileiros engolindo a patranha como se todos fôssemos culpados da situação onde estamos. Fomos ludibriados, espoliados, explorados. O sistema político saqueou a nação enquanto falava em democracia.

Temos nossas responsabilidades, fazemos autocrítica, lutamos, mas não podemos ser identificados com a poeira humana.

A campanha alemã contra o Brasil tem algo oculto, sacana. Centenas de cidades brasileiras adotam o alemão como segunda língua. Daqui a pouco serão a primeira? Penetram surdamente no tecido nacional investidos de novos centuriões de um império de moral. Que moral? Espoliam países com seu poder bancário e chafurdam na riqueza enquanto a miséria bate em suas portas.

A ideia nazista da Pan Germania (a Alemanha fora da Alemanha), de domínio, está mais ativa do que nunca. Eles nos querem submissos, escravos e por isso fazem campanha da sua superioridade. Enfeixam todas as virtudes mas esquecem que tem as mãos branquelas sujas de sangue. Para sempre. Nada apagará esse crime hediondo.

Respeito é bom e eu gosto. Ninguém está aqui tentando tapar o sol com a peneira. Somos transparentes. Mas enxerguem o país na sua inteireza e não selecionem o lixo, deixando de lado o que multidões fazem diariamente, trabalhando para manter o país, enquanto os aproveitadores, nativos e estrangeiros, jogam pesado levando tudo para o ralo.


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