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12 de junho de 2015

TRÉGUA



Nei Duclós 
 

Toda vez que retiro algo do meu acervo, os anjos repõem
Obedecem a leis superiores, águas atraídas pela fonte
Chegam aos bandos, garimpeiros de uma serra de ouro
carregam nas costas a mágica no lugar das asas
em vez de extrair, implantam. A fortuna se compensa
igual aos peixes que geram barbatanas depois de mortos

Só que exageram. Empilham a encomenda maior do que a perda
O segredo é que realimento o sistema de vasos comunicantes
São teus sonhos que levantam o pó acumulado nas estantes
e o transformam em valores de compreensão e inteligência
tão próximas que parecem ser minhas, mas são apenas chuva
a que chega agora na trégua de tanto tempo de bonança.



RETORNO - Imagem desta edição: Penélope Cruuz.

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