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24 de junho de 2015

GUARDEI TEU SORRISO



Nei Duclós

Guardei tão bem o teu sorriso que não devolvo.

A flor te identifica. És inteira o que tens de mais íntimo.

Gosto assim, quando desconfias de tanta poesia.

Reclamas dos meus exageros. É que eu faço cinema, beldade selvagem das pradarias.

Segues meu passo organizado pelo verso. A toda hora bebes na fonte que brota da palavra. Sem saber que és tu a autora do milagre

Colecionas pedras para compensar teu coração de veludo

Simplifiquei o tema até o osso. Deixei de lado a combustão do pensamento. Sou guiado pelas estrelas do teu céu de extremos.

Quando bate o vento teu sorriso ganha mais brilho. Celebras o movimento dos cabelos passando a mão em meu desejo

Tens um dragão no peito, teu coração que solta fogo. O amor é tua combustão permanente.

Em outra dimensão nos amamos. Fora do cânone, no espaço do amor que não suporta erro. Lá nos acertamos, romã sumarenta.

És perigosa, espinheira em flor. Mas minhas mãos espessas estão acostumadas ao deserto

Acham que és de louça mas eu sei que és de batom

Lembramos os ciclos do nosso amor como se fossem fases da Lua. A cada semana sobes dos morros para meu poema.

Vens da montanha com tua beleza de pássaros em exímios voos. Te aguardo na areia, fechado em conchas de pérolas.

A tarde alucina quando se vai. Pintora de nuvens sem igual.

O céu é a melhor tela.

A lua anuncia a passagem da tarde que cai nos braços da noite.

Palavra é o acordo entre as teclas e os dedos

Só o céu reflete o que pinta dentro

Teu rosto inunda o corpo que me escapa. Somos dois milagres em serenata

Prometo me comportar. Quando fores embora te tiro para dançar.


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