Nei Duclós
Falta o
recado, dobrado em papel
almaço, que
sobrou do pão
que agora é
só farelo. Escrito
em lápis sem
ponta ou borracha
que rasga a
cada letra
Vê se
adivinha ao colocar
a máscara
que isso forma
Pelas
frestas poderás notar
meu rosto
dilacerado
pela espera.
Não tente
adivinhar a tosca
mensagem.
Adianto que é
um texto
técnico, sem pecado
apenas o
cerzimento
de um poema
raro
Receita que
me foi soprada
para fisgar
o alvo. Mudei
alguma
coisa, só por hábito
espero que
habites o sentido
das palavras
Mando pelo
bobo
também
apaixonado por ti
parece até
que ele aqui
é o palhaço.
Mas sou eu
farrapo
oculto na paisagem
Não é para
ler, está na cara
do gesto sem
futuro
Confio
apenas que o amor
se baste e
chegue a teu quarto
indevassável
RETORNO - Imagem desta edição: obra
de Renoir
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