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1 de fevereiro de 2015

VENUSIANA



Nei Duclós

Cultivo o sereno, colho a pétala
roças o espinho, então tropeças
poucas palavras neste concerto
que se repetem como em realejo

Tiras minha sorte, corpo extático
olhar de longos disparates
tua arte é ser delírio bárbaro
diante de alguém vindo de Marte

Venusiana impregnada de sedas
recém ferida por íntima lava
que se derrama horizonte abaixo

Lavro a encrenca, canteiro de rendas
rodas em mim como brisa molhada
esmago o calor que vem de tua fonte


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