Nei Duclós
Ela está viva, mas finge, sumiço no mapa
um pássaro me conta como continua linda
cuidando o cabelo na fonte de água limpa
carregando no ombro nu o ramo pela trilha
Esconde o que mata, coração na costura
papiro de memórias , rodízio de convívios
sou vento nas folhas perdido nas sombras
rastros viram pedras, restos de esfinge
Não decifro a charada, ela fecha as rendas
enfrenta o destino num reino de adivinhos
usa palavras que ninguém mais se lembra
Está viva, ouço seu ruído, pele e rouxinol
sol no rosto mudo, espuma de um perfume
Sinto ciúme do ar, parceiro em sua doçura
RETORNO - Imagem: obra de William-Adolphe Bouguereau
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