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26 de setembro de 2014

DÍVIDA



Nei Duclós

Dizes flor e eu sinto o perfume
palavra muda como as plantas
cheiro da vinha e da ordenha
lenha no fogo, crepitar de luzes

Somos o rosto que pega chuva
frente à janela que dá para a rua
o poema se perde, mas não recua
na luva que me atiras sonâmbula

São só palavras, dizem de ciúme
encosto promovido pela fantasia
e não algo sério, de compromisso

Devemos apenas para o sentimento
pagamos aos sorvos na hora do beijo
e nos outros devidos procedimentos


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Dorothee Golz

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