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12 de junho de 2014

ULTIMA CHANCE



Nei Duclós

Sou um dos teus inúmeros namorados
que, distantes, não valem por nenhum
aceite um abraço demorado, admirado
desse amor sem origem nem sentido

sem o básico, presença física, impura
bilhete amassado e lido à luz da Lua
que no fundo preserva a recompensa
do dia quando cultivo tua flor em mim

como semente em fruto, perfume tenso
metáfora comum do verbo em falcatrua
verso vazio onde cabe o corpo dividido

entre o real e o impossível, romance
banhado em ouro de tolo, anel de vidro
última chance da nossa vida ser feliz