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22 de fevereiro de 2014

VIM DO TEMPO



Nei Duclós

Vim do tempo, a origem resiste
por deslocamento: linha paralela
em trem sem sossego, janela
aberta para a floração do campo

Havia destino, eternidade e brilho
hoje ringe o corpo duro de conflito
sonha com um sopro mais violento
mas a paz escorrega para o abismo

Sou um sonho, fumaça de comboio
tranco de aprendiz e ignorância
solo de banjo no império em ruínas

Não chegas até mim, clara clorofila
aposto no escuro e és renascimento
Te aceno de longe, galope sem ruído