Flor de pessoa. Colho-te sem te
arrancar da planta.
O tempo não será mais medido para
que possamos provar da eternidade.
Amor é quando te surpreendem com uma
doçura vinda do nada, rasgo no casulo da indiferença.
No beijo, falamos a mesma língua.
Sempre te vejo. Moras na paisagem
dos meus olhos, coração de outras terras.
A noite te beija, por minha
encomenda.
Vou embora amanhã, disse ele. Vou
junto ontem, disse ela.
Passei perto de ti. Sou onde
estavas.
Hoje é domingo, é bom que se diga.
Te atinjo olhando por cima do clima. Sintonia fina, flor da costura.
Violência é quando o abraço perde o
sentido.
Coloquei teu número no jogo da
sorte. Saiu um prêmio, o passeio contigo tomando sorvete.
Erras na ortografia para me jogar
água fria. Mas não me impressionaste. Sei que és mestra do disfarce.
Fomos para o rio, mergulho
consentido. Voltamos diferentes à superfície. Já não era amizade, era outra
vida.
Queres versos, mas não tenho. Só
este sentimento alheio, nascido em outra primavera.