Nei Duclós
Tanto poema reunido, tanto que sobra
Tanta palavra pedindo espaço na obra
O vento como castigo, falta de amparo
Verbo de sobreaviso em gaveta sóbria
O que não cabe no livro enfim se cala
canto escuro do exílio, gosto amargo
nenhum disfarce me tira deste limite
gueto onde exerço erros de compasso
Ninguém pediu o soneto feito por conta
ode, elegia pífia de amoroso árcade
encomendaram móveis, tetos de palha
Fiz o que deu na telha, falso arquiteto
arejo a arte perdida no pé mais alto
forjo numa oficina a mudez do arauto