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4 de setembro de 2013

NINGUÉM CABE



Nei Duclós

Paisagem sem fim do pampa
lição de maternidade
Tudo sobra e ninguém cabe

Na sítio escasso da obra
uma planície de jade
Rastros alcançam o voo
árvores em desvantagem

O trote que escava a sombra
acende o terror de palha
fagulha aposta na sorte

O grito não é o alarde
é cumprimento dos fortes
Há barro onde há fumaça
Um potro chove na brasa

Verso como voluntário
no avesso da caridade
Chapéu passado nos cobres

Uma espada em mil pedaços
uma varanda sem graça
cintura que se debruça
na sanga banho da tropa

Vi o rio quando começa
antes de ser estuário
tinha a cor marrom da roça

Mesma pele da tua louça
brilho no rolo da cama
a grama cheia de garças
Dourado sem suas escamas


RETORNO -  Imagem desta edição: foto de Marga Cendón.