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8 de maio de 2013

FLOR DIURNA



Nei Duclós

Exercemos a ruptura, quebra de consenso
que já havia antes, mas não tão fundo
você com seus afazeres, eu morrendo
bato na porta em vão, jardim de inverno

O clima não ajuda, nem a nação erma
de sonhos e cultura, vício da violência
nosso desencontro é parte da tragédia
somos uma crise social entre paredes

Viver de lembrança, disso já lotamos
queres viajar para um lugar bem longe
onde eu não exista, coração gelado

Plantado no cais, guardo flor diurna
para quando bater um pouco de saudade
e um navio acabe com este exílio amargo