Nei Duclós
A Lua cheia, de dia, é feita de vidro.
Quica no azul sem veladura prestes
a virar profundo. Bastaria tua tinta
ingênua como pintura de menina
Transparente, na altura permitida
borra a borda, insegura, como a luz
de fruta em natureza morta. Susto
quando acordo ainda no sereno
Surpresa no minuto inútil, assoma
com toda a maravilha possível
no despertar que busca o rumo
Nos diz o que sentir se sucumbimos
à rotina e precisamos de uma surra
na oficina onde nasce a formosura
RETORNO – Imagem desta edição: Anderson Petroceli.