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29 de março de 2013

DIA COM LUA



Nei Duclós

A Lua cheia, de dia, é feita de vidro.
Quica no azul sem veladura prestes
a virar profundo. Bastaria tua tinta
ingênua como pintura de menina

Transparente, na altura permitida
borra a borda, insegura, como a luz
de fruta em natureza morta. Susto
quando acordo ainda no sereno

Surpresa no minuto inútil, assoma
com toda a maravilha possível
no despertar que busca o rumo

Nos diz o que sentir se sucumbimos
à rotina e precisamos de uma surra  
na oficina onde nasce a formosura


RETORNO – Imagem desta edição:  Anderson Petroceli.