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10 de janeiro de 2013

PRUDÊNCIA



Nei Duclós

Me chamas de amigo por prudência
para evitar que eu chegue, invasivo
confundindo gentileza com assédio
e achando que mereça tua beleza

Me pões no lugar, a solidão do limbo
onde mora o olhar sem compromisso
no longo exílio acertado por decreto
confinado nos confins da fantasia

Não que me conforme, dá um tempo
mas se o sangue ainda corre quente
não tema, amor não dispõe de privilégio

Ocupo o que me cabe na platéia
ser o poeta que inventa a profecia
por mais que fujas um dia serás minha


RETORNO - Imagem desta edição: Natalie Wood.