Nei Duclós
Vi A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty, 2012) da Kathryn Bigelow, a versão de uma agente da
CIA, sobre a caça ao Bin Laden. Ela descobre o contato com o alvo, ela
bate pé pela operação, ela convence seus superiores, ela acompanha todos
os lances, ela identifica o cadáver.
A ruiva Jessica Chastain (foto), tremenda atriz, empresta credibilidade a essa asquerosa história da CIA, facção criminosa com longa folha
de serviços facinorosos prestados ao império. Uma mulher na contra
corrente masculina, conivente com a tortura e determinada no seu foco
pessoal sobre a perseguição, que se revela eficiente.
Americano não deixa ponta solta. Bate pé que o guerrilheiro ex-sócio dos
Bush foi o cara que, doente e perdido no ermo do deserto, bolou o
complexo atentado tecnológico às torres gêmeas. Quem começa mentindo não
pode parar. Mas Bigelow, cineasta competente, mostra todas as vísceras
da campanha, inclusive a invasão covarde a um bunker cheio de mulheres e
crianças.
Tudo se justifica. Foram 3 mil mortos em 2001,
então eles se sentem no direito de fazer o que implantaram no Brasil a
partir de 1964, a tortura, a censura e a ditadura. Mas os prédios caíram
como se obedecessem a uma imposão pré-determinada, como mostraram
inúmeros documentários. Então, qualquer versão que não investigue a
fundo a responsabilidade americana, cai por terra.
Quem falar
em teoria da conspiração, consulte os especialistas. As vítimas, pelos
celulares, falaram em várias explosões em todos os andares. E um dos
prédios, ao lado das torres, caiu inteiro sem que nenhum avião tocasse
nele. Está tudo no you tube. E no documentário Fahrenheit 911, do Michael Moore.