Nei Duclós
No documentário da TV Senado sobre Érico Veríssimo, que foi ao ar dia 1/12/2012, LFV fala da
importância de O Tempo e o Vento ser um romance moderno com tema regional.
LFV:Érico era influenciado pela literatura anglo-saxônica e
não pela francesa, espanhol
a ou portuguesa, como costumava acontecer no Brasil.
Leitura de O Tempo e o Vento é obrigatória para o gaúcho,e
fundamental para os brasileiros, diz o poeta Armindo Trevisan no doc sobre
Érico.
LFV confirma que Garcia Marquez confessou influência de O
Continente, de Erico Verissimo, nos Cem Anos de Solidão. Terra/Cambará -
Buendia.
A abordagem de conflitos pessoais como a ruptura com o pai
foram decisivos na literatura de Érico, diz Sergius Gonzaga no doc da TV
Senado.
A busca das raízes, o mergulho na própria biografia iluminam
a compreensão de O Tempo e o Vento,pelo que vi do depoimento de Sergius
Gonzaga.
Antonio Hohlfeldt comenta o episódio da infância de
Erico,convocado na madrugada a iluminar uma cirurgia, metáfora do papel do
escritor.
Por isso me deslumbro com Porto Alegre, cidade da cultura:
tem um artista, especialista, autor em cada metro quadrado do seu território.
Érico começou com literatura infantil e depois abordou o
país urbano emergente a partir de Vargas, nos anos 30, dizem os entrevistados.
A estrutura de o Continente, a partir do cerco do Sobrado,
com flash backs da vida familiar dos Terra/Cambará, é engenharia magistral do
ofício literário.
Comecei a ler O Continente. de Érico Verissimo, numa tarde e
só acabei no dia seguinte de manhã. Varei a madrugada. Devastador, genial.
Os pais de Erico se separaram e ele ficou dividido entre o
certo (a ética, a mãe) e o carisma do pai, mulherengo, aventureiro, nos dizem
os pesquisadores.
Erico foi criado na farmácia da família, que funcionava, na
época como um hospital. Montou sua própria farmácia e foi à falência.
Quando mudou-se de Cruz Alta para Porto Alegre, Erico foi
decidido a viver do ofício de escritor. Depois de alguns livros, conseguiu.
Ter sido funcionário da bem sucedida Editora Globo e seu
publisher fez de Erico uma personalidade central da literatura da época.
A Globo gaúcha publicou em primeira mão grandes autores
estrangeiros. Érico, editor, soube se colocar entre os grandes, como notou
Wagner Carelli quando era Diretor da Editora Globo em 2001.