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23 de dezembro de 2012

MARIPOSAS



Nei Duclós

A Lua quase cheia segurou a barra
do apagão aqui da aldeia
Debulhamos os poemas sacudindo
cada verso em direção à deusa

Ela sabia de cór as palavras
decompostas. Dispunha
quilometragem nas carroças
da platéia. Era de ver como ria

Tinha pena da nossa ansiosa
esperança, de que voltasse a luz
e com ela as mariposas suicidas

as que se enforcam nos postes
pelo voo mais à toa. Assim somos
quando o luar nos socorre


RETORNO – Imagem desta edição: foto de Miguel Monteiro.