Nei Duclós
Brota em teu rosto a beleza mais
íntima, a que não depende de desenho. E abre-se como flor na tua boca de
pêssego.
Melhor afastar-se desse laço de
fita. Tem um nó cego embaixo do tope à vista.
Às vezes erro no verso, como tropeço
no teu longo vestido. Mas me aprumo, valsa do verbo.
Vais continuar calada? Emigro para o
lado sombrio da Lua.
Puxa, que coincidência. Eu também te
amo.
Devaneio não é coisa de poeta, mas
de político. O poema é real, a promessa, utópica.
Não custa nada um aceno. Vai que
você faça o mesmo.
Dê as mãos para o impossível. Meu personagem favorito.
A qualquer hora me tens, peregrina.
Onde estiver teu coração ferido, te acharei no meio da tempestade do deserto.
Faço parte do teu recorte. Todos os
pontos cardeais da tua rosa dos ventos.
Fui dormir para sonhar contigo.
Acordaste junto comigo.
Coleciono você enquanto prestas atenção
na concorrência. Vou te mostrar meus videos sobre borboletas.
Estive longe, amor, agora estou
próximo. Meu ascendente em teu horóscopo
Perco o tempo contigo quando me
expulsas. Há outras versões do paraíso.
Não escondo nada, pois descobres.
Por isso mostro para que escondas.
É profunda essa relação sem
esperança. Faz de cada momento um adeus inviável.
Exagerei na dose. Na próxima vez vai
piorar.
Não é qualquer poema que te encanta.
Precisa de alguma coisa que arrebente.
Passe uma borracha no verso falso.
Deixe apenas a marca do meu coração no teu caderno.
Adivinhas meus truques. Terás uma
surpresa quando a lua quebrar na superfície do lago.
Agora que é noite não tem
escapatória. Levante o capô para ver o rastro da via láctea feito pelo teu
canto de sereia.
Na noite alta abriste a janela para
as estrelas que vinham atrás do poema que eu guardava em serenata.
Agora que é noite não tem
escapatória. Levante o capô para ver o rastro da via láctea feito pelo teu
canto de sereia.
RETORNO – Imagem desta edição: Eva Mendes .