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22 de setembro de 2012

SOLIDÃO



Nei Duclós
 

Amei de verdade, e não tiveste medo
de abusar do sonho que te entrego
és o coração que me cedeste cedo
e de maneira precoce fez o estrago

Acabei matando o que mataste antes
sem que eu soubesse onde fica o laço
me senti culpado, mas era teu segredo
que escondia a arte de iludir a mágica

Sei que faço parte desse sofrimento
com minha porção de jogo amargo
mas é preciso ver o mal além da mágoa

Saber que somos nós, em mútuo acordo
que não suportamos o amor, dono da vida
cevamos tanta solidão que Deus duvida


RETORNO – Imagem desta edição: obra de Giorgio de Chirico.