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30 de julho de 2012

REDEMOINHO


Nei Duclós

Busco nas anotações os versos
inspirados em tua roda de sonho,
que girava em mim como redemoinho,
ancestral desses tornados tremendos,
e que tinham a inocência de pequenos
deslocamentos de folhas.

Como foi que um pé de vento
virou calamidade?
Só o teu vestido levantava
naquele rodopio travesso
Mas agora massas de ar frio e quente
deslocam cidades inteiras

É talvez sinal dos tempos
o encanto de tua dança entre sopros
sem nenhuma força
ter sido substituído
pela destruição dos campos
por giroscópios gigantes

Mas não temos medo, sou ainda
teu cativo na espiral de esperanças
e continuas manobrando
meu coração sem repouso
E gosto da tempestade que surge
quando enfim me alcanças


RETORNO – Imagem desta edição: Helen Hunt.