Nei Duclós
Detono você letra por letra
desmonto o retinir de sílabas
faço da palavra a carceragem
desnudo e ponho verso em fila
Gritas de pavor entre as estrofes
queres fugir de mim, ogro maldito
choras por socorro em neologismos
enquanto vergasto em paradigmas
É um assombro esse vicio de autorias
que nos confina ao rolo literário
odiamos sonetar pintando acrósticos
Somos vanguarda sem chance de mitos
quebramos vidros de cânones diversos
depois dormimos no pátio do desmanche
RETORNO – Imagem desta edição: Elizabeth Taylor.