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23 de abril de 2012

SIGO QUANDO SINTO


Nei Duclós

Já nos descobrimos, nos exploramos, geramos cidades em nossos domínios. Agora ficamos sem ter o que dizer diante do abismo.

Sigo quando sinto e não faz sentido. Se me deres motivo, fico.

Estou viciando em você, mas estás sempre distante. É como sofrer de permanente crise de abstinência.

Diga logo o que quer. Tenho sonho para cumprir.

Mataste diante do espelho. E agora finges que não é contigo. Esplendor da tarde.

Lisa, fugidia. Mas desisti de te pegar, fico só no cerco. Seres linda é meu castigo.

Chove a chuva mansa do sábado. O mundo relaxa, é o que achamos. A terra é alguém no cais sob o céu nublado de filme francês.

Não fazes mais serão, ao redor do fogo que te dedico? Não me importa. Tenho mais de uma floresta de incêndios.

Meu cântaro continua cheio. Volto quando tiveres sede.

Musa, quando joga sujo, dorme.

Que ilusão achar que te amo. Não aprendi o voo. Só sei o canto.

Viajaste de repente. Ficou aquela sensação de vento.

Não preciso que consintas quando fantasio. Só quando pulo o muro.

Quando o toque era proibido, e estavas pertinha, costumava levitar. Só de lembrar não aterriso.

A sesta era teu vestido curto. Meu olhar ficava em festa.


RETORNO - Imagem desta edição:  Jennifer Lopez.