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17 de abril de 2012
MEIA NOITE
Nei Duclós
Meia noite.
Silêncio partido ao meio,
tudo ainda no começo,
o tempo perdido sempre,
o amor que nunca chega.
Só o sonho compensa.
Meia noite.
Estávamos num evento.
Ficavas na outra mesa.
Os olhares nos traíam.
Imaginei te compondo.
E me escutavas, ardente
Meia noite.
Montei no espaço tempo,
te recolhi ainda cedo,
cheguei com anel de prata,
estavas rodando o seio
em minhas mãos tão suadas
Meia noite.
Confesse teu aconchego,
quando me vês sem aviso,
pensei que tinhas perdido,
a hora que nos inventa.
Te aperto antes da dança
Meia noite.
Relógio tem nos traído
com badaladas serenas
língua e pele na varanda
colo de mel no caminho
agarro no tombadilho
RETORNO - Imagem desta edição: Barbara Britton.
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