Nei Duclós
Outono trouxe frutos: o dia claro
e teu passo macio sobre meu dorso
cavalo de amazona, pasto a espuma
que vertes na garupa do teu sonho
O clima está sereno, como o rosto
do tempo que divido, corpo aberto
foste a pétala do verbo ainda moço
prisão precoce do coração deserto
Faço por gosto, a miséria do soneto
serve de cocho para quem devora
Imagino que és feliz, montada em pelo
Troto na estação que molha a trilha
curto a solidão que força a barra
Invento que me amarro, inacessível
RETORNO – Imagem desta edição: Marylin Monroe.