Nei Duclós
Soneto fora, como cão de guarda
velando pelo amor que foi embora
late para a Lua, morde a nuvem
expulsa os ladrões da tua memória
Poema inútil, como beijo solo
numa orquestra de invisíveis cordas
cais do trapézio, trêmula virtuose
numa praia sonâmbula e remota
A voz recolheu-se, eco sem montanha
balão de gás em busca do seu rumo
anjo que a dor marcou em plena sorte
Levaste contigo a manhã, o melhor do dia
quando acordavas junto ao desalinho
que teu corpo inventava antes da aurora
RETORNO –
Imagem desta edição: Marilyn Monroe, foto de Douglas Kirkland.
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