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2 de fevereiro de 2012
MARCAS
Nei Duclós
Jurei que estava imune, que não consideraria. Bastou amanhecer para eu dar bom dia.
Decidi esquecer, já que não houve nada. Mas por que estas marcas na carne intocada? De onde este gosto amargo do beijo não dado?
O amor é um contrato não escrito em papéis do nada. Há cobrança, há estrago, mas no fundo é tudo névoa. Ondes estás, criatura alada?
Perdi, reconheço. Deveria ter mentido. Mas o que fazer com a verdade, pit bull no canteiro em obras?
Ela foi pondo em dia a poesia. Seguiu meus passos como a nuvem segue o dia. Depois se recolheu, serena,enquanto eu explodia num mergulho.
Nossa música acabou, entrou no vão estreito formado pelo mar e o horizonte. Vibra no subsolo da nossa desavença. Quero de novo arrancar tuas escamas.
Venha, quem se arrepende é o tempo de ter passado. Nós, não. Somos adoráveis para além da conta.
Falei a verdade. Perdi a parada. Agora aguardo um milagre.
Estavam ocupados. Por isso parti cedo, quando o sol ainda estava de conversa com a Lua. Apontei o navio para as estrelas. Hoje contorno Saturno.
Por que divides nosso sonho? perguntou. Porque ele não tem forma, respondi. E se espalha como cardume em época de piracema.
Chegaste ao limite, disse o anjo. Agora volte. Não posso, respondi. Ela se esconde onde jamais alcanço.
Passe o batom nos lábios finos. Tua boca é minha usina.
Leia o que está dito. Depois me sopre ao ouvido outra coisa, bandida.
Foi tão homenageado que sentiu vontade de morrer para merecer
Visitei minha cidade em sonho. Vi alguns espíritos, que me olhavam sérios. Guri! diziam.
Fechei a janela e tocou toda a escala musical. Está faltando óleo na dobradiça! alguém gritou. Incrível a surdez coletiva.
Tudo passa tão rápido que eu nem me importo mais com isso. As coisas voltarão a nós, âncoras do infinito
Mulher bonita precisa do séquito, dos exércitos fiéis, da corte dos cavaleiros que se curvam diante da realeza. Porque a beleza feminina é a única majestade legítima
RETORNO - Imagem: Elizabeth Taylor. Sempre.
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