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13 de fevereiro de 2012

CAPRICHO


Nei Duclós

Me pedes um soneto, eu não tenho.
O que pega é o sentimento. O poema
é só um momento de fraqueza,
quando duvidamos da permanência.

Colocamos no verbo o amor eterno
por temor de vê-lo escapar nos dedos
como se fosse possível o esquecimento
de algo que nos conquista por inteiro

Por isso não escrevo, me transformo apenas
nas palavras que agora tens para sempre.
Sou eu que palpito, mas longe destes versos

Lá onde mora o perigo do que não dizemos
o lugar sem fim da vontade e do contato
muito acima do capricho da minha letra


RETORNO – Imagem desta edição: Audrey Hepburn e Fred Astaire em Funny Face (1957).

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