Nei DuclósNão tivemos tempo de ser doces
Amargos militantes do sonho
quisemos tudo para hoje, que foi ontem
e ficamos perdidos entre os escombros
Resolvemos recuperar o que está longe
recompondo a dor de ser inteiro
mas quebrou-se o encanto, musa louca
que nos aprontou o irreversível tombo
Substantivamos tanto, e eis-nos pobres
do verbo e de seus adverbiais amantes
Com vergonha das vogais, somos consoantes
E foi assim que ao te levar ao parque
não sabia expressar meu sentimento
Foi quando um anjo me soprou sonetos
RETORNO -
Imagem desta edição: Jean Seberg
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