Nei Duclós
Dançar é o segredo da cintura
andar, o mistério do recato
no baile, o meu olhar é puro
na memória, piso teu sapato
Deixei passar o tempo do barato
quando podia te levar de arrasto
com meu jeito travesso de matuto
calça escassa e péssimo penteado
Foste embora e eu fiquei no gado
e plantei sementes de discórdia
colhi o amargo, acompanhei a surra
que deste no teu noivo tão cordato
Eu sabia que eras xucra como a fera
que habita nossos corações grudados
RETORNO –
Imagem desta edição: obra de Portinari
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