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9 de novembro de 2011

PILHA


Nei Duclós

É difícil entender o meu ofício
essa pilha de coisas que fabrico
enfurnado na lúgubre oficina
martelando horizonte noite e dia

é estranho porque faço no vazio
e não há ferro, estanho ou alumínio
só fagulhas que crestam o ar úmido
seja inverno ou verão ou plenilúnio

Uma pista é a presença de vestidos
que fugazes entornam das janelas
rostos macios, trançar de pernas

e cabelos mais curtos ou caídos
São as musas, que dizem no ouvido:
está pronto o soneto seu maldito


RETORNO - Imagem: obra de William Bouguereau

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