Nei Duclós
Aprendi a me soltar contigo perto
dizer o que sinto, meu absinto
não ceder à dor de prosa ou verso
ou de tocar em ti, líquida e certa
É de mármore límpida tua pele
lábio renascido em precipício
olhar de puma, coração de vidro
exposto vejo o que me faz sóbrio
Teu vinho acende a lucidez de pedra
sem harpas ou bordões de cena brega
não sou rei, só o cara que te abala
Meu barato é notar o quanto cabe
no poço sem fundo onde se acaba
o veio solitário da tua carne
RETORNO -
Imagem de hoje: obra de Jean-Honoré Fragonard
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