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26 de novembro de 2011
MAIS SOBRE O AMOR
Nei Duclós
Poesia é amor. Sem tirar nem por
Não tire férias de mim. Não anuncie que vais sumir por um tempo, mesmo que seja por 10 minutos.A expectativa da tua ausência me corrói
Só tenho um amor: o que me faz sentir. Não se aproprie do que me pertence
Não vou dizer eu te amo. Só dizer que descobri que estava morto antes de te conhecer. Desde que te vi, ando pelo mundo como se fosse o vento
Estrada do amor faz curva e tem contra mão. Oferece biroscas e mirantes. Distraídos, desfocamos o olhar do volante. É quando há abismo
Abandonamos aquele amor como capa de chuva compartilhada que de repente fica incômoda quando abre o sol. Talvez as lágrimas tenham pesado
Sensualidade que não seja de shopping. Força que não seja de evento. Alegria que não seja a crédito. Emoção que venha de você, a toda
O que realmente fascina é a inteligência, à vontade na praia da sensibilidade e da criação. O resto se desmancha diante desse charme
Vamos silenciar. A palavra precisa do exílio para não se apropriar do que procuramos dizer tateando no escuro
E agora que os degraus da madrugada se estendem ao infinito, o que diremos de nós, com tantos passos exaustos, para as estrelas?
Passa da meia noite, disse o anjo. Perdi a hora. O que dirão na nuvem quando chegar borrado de batom?
Não gostaria de conhecer teus aposentos, depósitos, veleiros. Queria apenas te ver, criatura plena
RETORNO – Imagem desta edição: obra de Renoir.
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