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7 de novembro de 2011
CHEIRO
Nei Duclós
O verso segue o passo como cão de rua
atraído pelo cheiro e o ruído da sandália
Roma nesta época é uma cidade suja
e ele se mistura aos trapos e migalhas
Poeta é o mendigo que abandona o ponto
quando é colhido pelo rabo de saia
da musa que o devora pelos cantos
e o despreza por vê-lo entre a canalha
É que os deuses escolhem os elementos
que não dispõem de servo ou carruagem
para dominar a estrofe e cuspir na medalha
O vazio se esmera na limpeza do palácio
os casamentos vis, os textos dos impérios
Só o poema se dedica ao que sente a bela
RETORNO – Imagem desta edição: The Frigidarium, pintado por Sir Lawrence Alma-Tadema
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